A revista científica Science publicou os resultados de um ensaio clínico que, embora pequeno, mostrou resultados positivos para uma vacina contra o HIV. Ainda em seu estágio inicial, o imunizante estimulou em 97% dos participantes vacinados a produção de raras células imunes necessárias para iniciar a geração de anticorpos que combatem o agente infeccioso.

Conforme descreve o texto, a vacina conseguiu produzir uma resposta ampla em termos de anticorpos com ação neutralizante/inibidora em 35 dos 36 indivíduos receptores, vacinados com as duas doses (aplicadas em um intervalo de oito semanas). O objetivo dos cientistas é estimular um tipo de célula imunológica específica conhecida como linfócito B. Esse é considerado um componente essencial do sistema imune adaptativo e tem como principal objetivo a produção de anticorpos contra antígenos. Pense que o vírus HIV sofre mutações rapidamente e, consequentemente, consegue escapar do sistema imune com facilidade. Os anticorpos neutralizantes gerados pelas células B, por sua vez, conseguem atingir as partes do patógeno que sofrem menos modificações.

Esse ensaio clínico mostrou que podemos conduzir respostas imunes de maneiras previsíveis para fazer novas e melhores vacinas, e não apenas para o HIV. Acreditamos que esse tipo de engenharia de vacinas pode ser aplicado de forma mais ampla, trazendo um novo dia para a vacinologia”.

Dennis Burton, presidente do Departamento de Imunologia e Microbiologia da instituição de pesquisa Scripps Research

A notícia em questão, sem dúvidas, é animadora. Contudo, ainda serão necessários muitos estudos, especialmente envolvendo um grupo maior de participantes, de maneira a ser possível avaliar e provar se a vacina é ou não funcional nos humanos. A pesquisa conduzida por William Schief e sua equipe é bastante restrita, visto que, basicamente, consistiu na análise laboratorial do sangue dos participantes.

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