A partir de um recorde de candidaturas LGBTQIA+ para as câmaras municipais de todo o Brasil nas eleições de 2020, em meio a pandemia da Covid-19, o diretor e roteirista Pedro Henrique França se propôs a ir atrás do que motivava esse despertar político.

Ele se juntou ao amigo Marco Pigossi, que topou embarcar no projeto como produtor executivo, e começou, às vésperas daquela atípica eleição, o documentário independente “Corpolítica“.

O filme, que tem 102 minutos, tenta responder o porquê dessa sub-representatividade no cenário político de um país que lidera o ranking dentre os que mais matam LGBTQIA+ no mundo.

O projeto se concentra em seis candidaturas: Andréa Bak, Erika Hilton, Fernando Holiday, Monica Benicio, Thammy Miranda e William De Lucca.

Fora isso, entrevista atores políticos atuantes, como Erica Malunguinho (a primeira deputada trans eleita no Brasil, em 2018) e Jean Wyllys — que cumpriu dois mandatos como deputado federal e se exilou em 2019, antes da posse para o terceiro mandato, por conta das ameaças de morte que vinha recebendo.

“Tentamos entender o que despertou esses corpos num momento político desfavorável às suas existências, de uma escalada autoritária, conservadora e preconceituosa no Brasil. E como a baixa participação desses corpos na política estão intrinsecamente relacionados aos índices que colocam o Brasil como o país mais violento para LGBTQIA+ no mundo”

Pedro Henrique França

O doc acompanha as eleições de 2020 e debate a representatividade LGBTQIA+ por meio de imagens de arquivo e de violências políticas registradas em ambientes legislativos, além de entrevistas com personagens de diferentes correntes partidárias, ativistas e especialistas.

“Queremos que esse filme provoque também as famílias que por algum motivo tenham medo, como a mãe de uma das personagens afirma no filme, a compreender que essa relação deve ser baseada sempre no amor e no acolhimento”

Marco Pigossi

O longa, que tem distribuição da Vitrine Filmes, chega aos cinemas do Brasil no dia 8 de junho, depois de rodar em importantes e grandes festivais, como o do Rio, o Queer de Lisboa e muito mais.

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