Sou a primeira mulher transexual a vencer este prémio”, disse Kim Petras no palco da Crypto.com Arena, em Los Angeles.

“Quero agradecer a todas as incríveis lendas transexuais, que abriram as portas antes de mim, para que eu pudesse estar aqui”

Petras

A canção “Unholy”, incluída no álbum de estúdio de Sam Smith “Gloria”, chegou ao topo da Billboard Hot 100, considerada um hino da comunidade LGBTQ+. Foi a consagração de Kim Petras depois de uma década a tentar a sua sorte na indústria.

“Estou a pensar nas pessoas que me disseram que eu ia ser uma artista de nicho porque sou transexual e a minha música só ia tocar em discotecas gay. As pessoas têm de julgar menos e espero que haja um futuro em que a identidade de género e todas estas etiquetas não importem tanto e as pessoas possam ser quem são”

Petras

Há muito que os dois artistas procuravam a fórmula certa para fazerem música juntos. Sam Smith, que se identifica como não-binário, foi um dos maiores apoiantes de Kim Petras desde o início da sua carreira.

“Esta canção tem sido uma incrível jornada para mim”, disse Petras, que atribuiu a Madonna parte do seu sucesso, devido à luta histórica da “Material Girl” pelos direitos LGBTQ+.

“Não me parece que estaria aqui se não fosse pela Madonna”, disse Petras em palco, agradecendo também à sua mãe.

A própria Madonna a apresentar a performance ao vivo de Kim Petras e Sam Smith, que interpretaram “Unholy” na cerimónia num palco rodeado de fogo.

“Eis o que eu aprendi depois de quatro décadas na música: se te chamarem chocante, escandalosa, perturbadora, problemática, provocadora ou perigosa, estás definitivamente no caminho certo”
Estou aqui para agradecer a todos os rebeldes que estão por aí a abrir um novo caminho e a aguentarem o impacto disso. Têm de saber, todos vocês, agitadores por aí, que o vosso destemor não é invisível. Vocês são vistos, são ouvidos, e mais que tudo, são apreciados”

Madonna

Madonna elogiou o que considerou ser a coragem de Kim Petras e Sam Smith, que se “elevaram acima do barulho e da parvoíce” em direção a algo “profano” (‘unholy’, em inglês).

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